Foto: Marcelino Ribeiro
O monitoramento do risco agrícola no País vem se tornando mais
eficiente com o apoio da tecnologia da informação. Para realizar uma
análise mais precisa de todas as informações referentes a perdas na
produção, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)
conta com uma Central de Informação de Risco Agrícola (Cira).
O sistema integra dados de diversas fontes, como crédito e seguro
rural, indicadores socioeconômicos e zoneamento agrícola, permitindo
gerar análises específicas. Por meio de gráficos, relatórios e tabelas, é
possível traçar um panorama da situação atual e ainda produzir séries
de dados históricos relativos a eventos climáticos, como seca, geada,
vento, excesso de chuva, entre outros.
Os comunicados de ocorrências relacionadas à seca, por exemplo, podem
ser monitorados diariamente, por estado ou município. Os dados abrangem
o território nacional, incluindo todas as culturas do zoneamento
agrícola brasileiro. Com isso, os boletins de monitoramento da safra
emitidos pelo Ministério também usam a Cira como fonte para a elaboração
das análises e recomendações.
Atualmente, a Central conta com informações de operações de crédito
de custeio agrícola amparadas pelo Programa de Garantia da Atividade
Agropecuária (Proagro), de operações de seguro rural privado que contam
com subvenção do governo federal e informações de indicadores
relacionados à atividade agrícola provenientes do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme o coordenador-geral de Zoneamento Agropecuário do Mapa,
Gustavo Bracale, a Central faz parte de um esforço maior do Departamento
de Risco de Gestão Rural do Ministério para mapear e melhor qualificar
os riscos produtivos na agropecuária brasileira. “Existem muitos dados
estatísticos de diferentes instituições, ainda que dispersos, que podem e
já estão auxiliando nesse objetivo”, afirmou.
Bracale ressalta que o projeto permite a integração dos dados
relativos ao risco produtivo em uma base unificada, facilitando o
cruzamento dessas informações e a geração de análises e estudos mais
detalhados, que servem de orientação para ações conduzidas pelo Mapa no
que tange à minimização de riscos de produção no campo. Como exemplo,
aponta o estudo recente conduzido pelo Ministério para identificar áreas
prioritárias para o programa de apoio ao seguro rural, visando otimizar
a aplicação de recursos públicos destinados a essa política.
A tecnologia foi desenvolvida pela Embrapa Informática Agropecuária
(Campinas, SP), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
vinculada ao Mapa. O analista da Unidade Luciano Vieira Koenigkan conta
que a Central foi estruturada para que o usuário do sistema possa obter
os dados da forma mais adequada às necessidades, propiciando análises
especializadas. Esse sistema funciona via web e é exclusivo do
Ministério da Agricultura.
O uso de ferramentas de business intelligence (BI) possibilita
extrair e integrar dados obtidos de variadas bases e diferentes
formatos, como planilhas, bases de dados e outros sistemas,
padronizando-os e permitindo a recuperação da forma mais apropriada, de
acordo com o tipo de consulta que se deseja. “As ferramentas de BI
ampliaram a quantidade e a variedade das informações. Assim, o usuário
tem à sua disposição um conjunto de variáveis e pode combiná-las da
melhor forma, para realizar suas análises”, explica Koenigkan.
A Cira é um serviço que integra o Sistema de Monitoramento
Agrometeorológico Agritempo, consórcio que organiza e administra dados
de um conjunto de mais de 1.300 estações meteorológicas espalhadas pelo
País, resultado de parceria entre diversas instituições nacionais. Os
sistemas são mantidos com recursos do Mapa, por meio de convênios de
cooperação técnica firmados com a Embrapa Informática Agropecuária.
Texto:
Nadir Rodrigues (MTb/SP 26.948)
Embrapa Informática Agropecuária
Contatos: (19) 3211-5747 – nadir.rodrigues@embrapa.br