segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Dia de campo encerra capacitação em agricultura de baixa emissão de carbono no Tocantins

Apresentação de técnicas do ABC na fazenda Brejinho em Pedro Afonso
Fabio Reynol/Embrapa Pesca e Aquicultura
O curso de “Capacitação Continuada” do projeto “Transferência de tecnologia para consolidação de uma agricultura com baixa emissão de carbono no Tocantins (ABC-TO)” encerrou-se com uma visita na sexta-feira, 28 de setembro, à fazenda Brejinho, no município de Pedro Afonso (TO).

Voltado a técnicos multiplicadores de instituições públicas e privadas, o curso reuniu 70 profissionais de 25 a 28 de setembro na sede da Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (Coapa), em Pedro Afonso (TO), a 230 km de Palmas. Durante a semana, os participantes ouviram palestras e receberam treinamentos de especialistas da Embrapa com o objetivo de multiplicarem as práticas preconizadas pelo Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O último dia foi voltado às observações em campo de práticas aplicadas na fazenda Brejinho apresentadas pelo seu proprietário, Ronaldo Maranhão. “Muitas práticas do ABC são mais caras, mas trazem benefícios. Hoje eu valorizo muito mais uma fazenda que aplica iLPF, por exemplo, do que outra que atua somente com pecuária, pois seu sei que a qualidade do solo da primeira será bem melhor”, pontuou o fazendeiro.

Maranhão contou in loco a sua experiência de implantar a sucessão de culturas e pastagens dividindo a fazenda em parcelas. Milho, sorgo, milheto, soja e capim vão se revezando num sistema que garante a capacidade das pastagens de se recuperar após receber os animais. A soja, por exemplo, promove a fixação biológica de nitrogênio (FBN) o que melhora a qualidade do solo para as outras culturas.

Na segunda estação, o produtor apresentou áreas preparadas para o plantio direto na palha. Ao permitir que boa parte do material orgânico das plantas permaneça no solo, essa técnica mantém carbono na terra e também protege o solo das intempéries. O cientista de solo Leandro Bortolon, da Embrapa Pesca e Aquicultura, condenou a prática de eliminação de curvas de nível ao aplicar a técnica de plantio direto. “Não há nada que justifique tal prática, pelo contrário, a eliminação das curvas de nível fragiliza em muitos aspectos a qualidade do solo”, alertou.

O plantio de florestas foi observado na última estação visitada no dia de campo onde os técnicos participantes acompanharam seringueiras plantadas há cinco anos, algumas já apresentando porte e desenvolvimento para serem sangradas. O plantio inicial das árvores foi feito com entrelinhas de soja que depois foi substituída por feijão.

Projeto ABC

A Embrapa Pesca e Aquicultura iniciou este ano as atividades do projeto “Transferência de tecnologia para consolidação de uma agricultura com baixa emissão de carbono no Tocantins (ABC-TO)”, aprovado na carteira MacroPrograma 4  da Embrapa que engloba projetos de comunicação e transferência de tecnologia.

Em diferentes regiões do estado do Tocantins, serão montadas unidades de referência tecnológica e executados treinamentos nas diferentes modalidades preconizadas pelo Programa ABC: plantio direto na palha, recuperação de pastagens, fixação biológica de hidrogênio, plantio de florestas, tratamento de resíduos e integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF).

Fábio Reynol
jornalista
MTb 30.269/SP

Plano ABC é tema de capacitação continuada da Embrapa Pesca e Aquicultura

Capacitação ABC em cooperativa em Padro Afonso (TO)
Sandra Brito/Embrapa Pesca e Aquicultura
De 25 a 28 de setembro, a Embrapa Pesca e Aquicultura, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária  (Embrapa), realiza o primeiro módulo do curso de “Capacitação Continuada” do projeto “Transferência de tecnologia para consolidação de uma agricultura com baixa emissão de carbono no Tocantins (ABC-TO)”. O treinamento está sendo realizado na sede da Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (COAPA), em Pedro Afonso (TO) e inclui em sua programação um “Dia de Campo”, a ser realizado no dia 28, sexta-feira.

O projeto visa a consolidar práticas sustentáveis de agricultura no estado, além de capacitar de forma continuada técnicos multiplicadores nas tecnologias envolvidas na Recuperação de Pastagens Degradadas (RDP), Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Sistemas de Plantio Direto (SDP).

As palestras estão sendo ministradas por especialistas da Embrapa para 70 integrantes dos comitês técnicos, formados durante o mês de agosto nas oficinas realizadas nas cidades de Araguaína, Bico do Papagaio, Campos Lindos, Gurupi, Miracema do Tocantins, Paraíso do Tocantins, Porto Nacional e Taguatinga. Do total de participantes, 31 técnicos são do Instituto de Extensão Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins).

O chefe geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, Carlos Magno Campos da Rocha, participou da abertura do evento e ressaltou que a Embrapa colocará sua equipe à disposição para atuar em conjunto com os técnicos e agricultores: “Serão 120 horas/aula de treinamento, realizadas em três módulos. Precisamos que os participantes se comprometam e retornem quando forem convocados para as próximas etapas”, pontuou.

Rocha também destacou a meta do Governo Federal, que pretende promover, através do Plano ABC, a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas, além de ampliar o uso do sistema de integração Lavoura- Pecuária- Floresta (iLPF) em quatro milhões de hectares e expandir o uso do Sistema de Plantio Direto (SPD) em oito milhões de hectares.

O presidente da Cooperativa Agropecuária de Pedro Afonso (COAPA) ressaltou que a estratégia do Plano ABC é essencial para a região que pretende produzir com sustentabilidade: “O mais importante é a oportunidade da difusão de tecnologias nos moldes preconizados pela Embrapa, através da explicação de conceitos do Plano ABC e das práticas de iLPF”, disse.

Termo de Compromisso

O projeto ABC TO  terá duração de 36 meses e abrangerá as oito regiões citadas. Em cada cidade, será formado o Comitê Técnico Local (CLT) para monitorar as atividades nas Unidades de Referência Tecnológica (URTs).

O chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pesca e Aquicultura, Alexandre Aires de Freitas, explicou aos participantes a necessidade de assumirem o compromisso de participar assiduamente dos três módulos do treinamento: “Com este processo de capacitação o técnico terá acesso a todas as informações de um especialista da Embrapa e estará apto para transferir seus conhecimentos para os agricultores locais”, disse.

Neste contexto, a Embrapa e os técnicos participantes do treinamento assinaram um Termo de Pactuação de Compromisso, no qual constam as responsabilidades de ambas as partes. Além de disponibilizar a capacitação e suporte técnico para a formação das URT’s, a Embrapa se compromete a participar das reuniões dos Comitês Técnicos Locais, articular parcerias e fornecer ferramentas metodológicas para a realização do diagnóstico das propriedades para a elaboração dos respectivos planos de trabalho.

Por sua vez, os técnicos assumem o compromisso de participar dos módulos de capacitação presencial e das reuniões dos CLT’s, bem como realizar o diagnóstico das propriedades atendidas por eles e elaborar o respectivo plano de trabalho das URT’s, de acordo com os conceitos e tecnologias recomendadas pelo projeto ABC.

Sandra Maria Brito
Jornalista MTb 06230/MG
Embrapa Pesca e Aquicultura
(63) 3218-2953
sandra.brito@embrapa.br