sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Acordo de cooperação técnica busca estimular agricultura de baixo carbono

Escrito por  Poliana Corrêa

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o Instituto Febraban de Educação (INFI), a Associação Brasileira das Instituições Financeiras de Desenvolvimento (ABDE) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), firmaram acordo de cooperação técnica para viabilizar projetos financiáveis de agricultura de baixo carbono.

Tiago Luiz Cabral Peroba, gerente do Departamento de Gestão do Crédito Rural do  BNDES, explica os objetivos do acordo:

Esse acordo que visa fomentar o Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), tem como principais objetivos a elaboração de um processo de capacitações de analistas bancários e de projetistas técnicos para que eles possam auxiliar no melhor processo de elaboração de projetos e análise de projetos para concessão de crédito para o programa de agricultura de baixo carbono. Esta iniciativa foi identificada como prioritária para que a gente consiga reduzir as barreiras que impedem a boa aplicação dos recursos do Programa ABC, juntamente com outra iniciativa que também faz parte desse acordo de cooperação, que é a elaboração de roteiros customizados para facilitar o processo de tomada de crédito, principalmente o processo de análise do projeto do produtor rural dentro da instituição financeira que irá conceder o crédito ao produtor”.

No acordo estão previstas diversas capacitações e cursos para projetistas agropecuários, analistas bancários e profissionais que irão atuar como multiplicadores de conhecimento das tecnologias apoiáveis pelo Programa ABC. Também serão elaborados roteiros personalizados, considerando a microrregião e o bioma onde a propriedade rural está localizada.

A gente quer que as pessoas percebam a importância de se elaborar uma agricultura em bases sustentáveis, isso é uma questão importante, mas não só tomar o crédito porque isso é importante ambientalmente falando, mas porque isso irá gerar retorno para propriedade, para o produtor rural. É importante que estes roteiros, com todo este trabalho importante que estamos fazendo com a Embrapa, com a Confederação Nacional Agrícola (CNA), é mostrar ao produtor que ele pode pegar crédito para fazer uma agricultura em base sustentável e isso lhe gerar retornos financeiros”.

Para informações complementares sobre o acordo, acesse: www.bndes.gov.br.

Fonte: Web Rádio Água, 19 de janeiro

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Estudo comprova mitigação de gases de efeito estufa pela ILPF

Prezados colegas do projeto ABC TO

Resultados preliminares de pesquisa desenvolvida na Embrapa Agrossilvipastoril (MT), demonstraram a eficiência dos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) na mitigação de gases de efeito estufa.
Leiam este estudo clicando no link abaixo:
Estudos socioeconômicos e ambientais
Ou digitando o seguinte endereço eletrônico:
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/2411761/estudo-comprova-mitigacao-de-gases-de-efeito-estufa-pela-ilpf

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

DF: Plano ABC conta agora com sistema geoprocessamento

Ferramenta vai ajudar no monitoramento dos recursos aplicados
 

Brasília/DF
O Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tem uma nova ferramenta de consulta e monitoramento.

Desenvolvida pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Mapa, o sistema de geoprocessamento vai auxiliar na espacialização da informação, mostrando em tempo real onde estão sendo aplicados os recursos do ABC.

“O sistema permite visualizar, por meio de mapas, as áreas onde o ABC está sendo implantado”, conta Sérgio Paganini, da Esalq, que junto com os técnicos Alberto Barreto e Rodrigo Maule, desenvolveram a ferramenta, sob a coordenação de Gerd Sparovek.

O geoproecessamento vai agilizar o acompanhamento da evolução do ABC, permitindo que o usuário tabule os dados por estado ou por linha do programa, além de geração de mapas que indicam como as diferentes regiões estão aplicando os recursos.

Para o secretário Caio Rocha, da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC/Mapa), tecnologias como essa têm sido um dos diferenciais da agricultura brasileira. “Essa ferramenta vai modernizar o ABC, possibilitando a criação de um banco de dados que vai permitir um maior controle do programa”, afirma.

O ABC
O programa é dividido em sete eixos - seis de adaptação ao processo de mudança climática e um de mitigação. O planejamento e adoção de tecnologias de produção sustentáveis envolvem a recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta (Ilpf), sistemas agroflorestais (SAFs), sistema plantio direto (SPD), fixação biológica de nitrogênio (FBN), florestas plantadas, tratamento de dejetos animais e adaptação às mudanças climáticas.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)

Fonte: Página Rural, 12 de janeiro

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Solo bem nutrido gera mais lucro ao produtor

Recuperação de pastagens é uma das recomendações essenciais para que produtor mantenha boa produtividade

O sistema de produção integração Lavoura-Pecuária (iLP) visa integrar os componentes pecuário e agrícola (em rotação, consórcio e sucessão) na mesma área, em um mesmo ano agrícola ou por vários anos.

Um dos objetivos do iLP é buscar soluções eficazes para o setor produtivo. A recuperação de pastagens degradadas é uma das recomendações essenciais para que o produtor mantenha uma boa produtividade sem precisar expandir a área plantada.

O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas/MG), Antônio Marcos Coelho, esclarece que na maioria das regiões produtivas do Brasil predomina o solo com baixa fertilidade natural e com alta acidez.

Em consequência, ocorre a necessidade de importação de fertilizantes. Para a safra de 2011/2012 foi necessário importar 70% dos insumos, o que representou um gasto de nove bilhões de dólares.

"Esse percentual tem crescido a uma taxa de 4% ao ano no Brasil. Por isso, para reverter essa situação, é necessário construir a fertilidade dos solos, usando tecnologias mais eficientes, que permitam reduzir o uso de fertilizantes", afirma.

O manejo da fertilidade do solo começa com uma boa amostragem para análise química e física de fertilidade. O diagnóstico da análise permitirá fazer um planejamento da adubação, considerando as culturas que vão compor os sistemas de produção, a exemplo do milho consorciado.

"Temos que observar também as exigências nutricionais das culturas e compor o solo com os nutrientes necessários para a cultura mais exigente. Isso nos dá como retorno maior sustentabilidade do sistema e ganhos econômicos", coloca Antônio Marcos.

O calcário e o gesso agrícola são dois insumos utilizados para corrigir o solo. Assim como para fazer a calagem, o resultado da análise de solo permitirá mensurar, também, a necessidade ou não de aplicação de gesso.

A quantidade de gesso é determinada após a verificação do grau de acidez na camada subsuperficial do solo, abaixo dos 20 cm de profundidade.

"Se essa camada apresentar grau de acidez que prejudique a planta, bem como baixo teor de cálcio, é justificado o uso do gesso agrícola. O gesso proporcionará uma melhoria da fertilidade do solo e maior desenvolvimento do sistema radicular da planta. Consequentemente, haverá maior tolerância da cultura aos períodos de déficit hídrico", orienta Antônio Marcos.

O representante da Agronelli – Insumos Agrícolas, João Donizette do Amaral Júnior, ressalta que o gesso agrícola é um fertilizante condicionador de solos, porque é uma fonte eficiente de cálcio e enxofre, promove maior desenvolvimento radicular em profundidade e permite a redução da saturação por alumínio.

"O gesso agrícola aumenta a eficiência agronômica no aproveitamento dos fertilizantes e promove maior resistência da planta à seca e maior acesso ao volume de água e nutrientes disponíveis no solo", diz.

Ao fazer o planejamento da adubação para o cultivo de gramíneas o produtor deve observar, na análise laboratorial, todos os micronutrientes necessários para o solo e dar especial atenção aos elementos zinco e boro, que são limitantes para a produtividade do solo.

Antônio Marcos alerta para a necessidade de se fazer a adubação nitrogenada de cobertura, principalmente para o cultivo de gramíneas como o milho e a brachiaria para pastagem.

Para isso, o produtor precisa observar o resultado da análise química do solo e determinar qual potencial produtivo deseja alcançar na safra. "As exigências nutricionais das culturas em relação aos componentes nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) também devem ser avaliadas" afirma.

Cama de frango é uma alternativa de adubo orgânico

A cama de frango é um adubo orgânico que pode ser utilizado para a preparação do solo nos sistemas de iLP. É uma compostagem eficiente para eliminar agentes patogênicos, evitar a infestação de moscas e a proliferação de pragas de solo como cupins e larvas de besouros.

O gerente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Walfrido Machado Albernaz, informa que a região de Sete Lagoas (MG) tem a maior produção desse fertilizante natural no Estado.

"A adubação com a cama-de-frango permanece por mais de um ano. Porém, antes de aplicar esse recurso, o produtor deve fazer a análise de solo e do composto para a adubação, de acordo com a exigência nutricional da cultura a ser semeada, para, se necessário complementar com adubo químico", diz.

De acordo com a Emater, a análise do fertilizante orgânico, que neste caso é a cama de frango, é necessária para determinar a quantidade de nitrogênio, fósforo e potássio que o fertilizante possui.

Além de nitrogênio, potássio e fósforo, enxofre, zinco, cálcio, magnésio, ferro, cobre e outros micronutrientes,  a cama de frango também possui matéria orgânica.

A matéria orgânica melhora a capacidade de armazenamento de água, facilita o crescimento das raízes das plantas e retém água e nutrientes no solo.

"Para ser mais viável como fertilizante, a cama de frango deverá ser compostada usando-se aditivos biológicos e químicos, como fosfato, gesso, etc. Além disso, a mistura da cama de  frango com o esterco bovino pode favorecer a compostagem, pois melhora a relação carbono-nitrogênio", afirma Albernaz.

Walfrido considera que são necessários mais investimentos em pesquisa para o desenvolvimento de melhorias contínuas no processo de compostagem, na distribuição e na transferência da tecnologia para os produtores.

Ele destaca também a necessidade de haver maior fiscalização do uso irregular da cama de frango para incentivar sua melhor utilização como fertilizante.

Pastejo de animais favorece a recuperação do solo

A pastagem realizada em área degradada faz o rebanho bovino produzir mais gás metano e ocasiona o aumento da emissão de gases de efeito estufa, além de prejudicar o desenvolvimento dos animais.

"No sistema integração Lavoura-Pecuária recomenda-se ao produtor fazer a rotação das culturas e dos pastos, para beneficiar os dois sistemas. O manejo adequado propicia ganho de peso para os animais nos períodos de seca e equilíbrio na época de chuva", orienta o médico veterinário da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fabiano Alvim.

Outro benefício de pastagens intensificadas é evitar a desertificação do solo.

"Muitas áreas desertas decorrem da ausência de herbívoros. O pastejo com animais pode reverter a situação. Além disso, para o pecuarista, uma área bem tratada, proporciona maior produção de leite ou de carne, com menos animais", afirma Leovegildo Lopes de Matos, pesquisador da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora/MG).

"O solo é o principal recurso do produtor, de onde ele deve tirar o recurso (forragem e grãos) para alimentar melhor o rebanho. O gado bem alimentado tem mais saúde e gera mais lucro", afirma Matos.

Garantia de safra

Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) é uma das instituições financeiras que incentivam os produtores que adotam os sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), por meio do "Projeto Rural Sustentável".

De acordo com o gerente, Tiago Araújo Mendes, o projeto busca levar tecnologias para serem implementadas no campo, a fim de evitar perdas de safras e apoiar o produtor com financiamentos e capacitação técnica e gerencial.

Fonte:
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Fonte: Portal Brasil, 7 de janeiro