segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Governo do Estado fortalece agricultura de baixo carbono no Cerrado

Com destaque para Recuperação de Pastagens Degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e Sistemas Agroflorestais e Sistema de Plantio Direto, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura e Pecuária (Seagro), desenvolve ações para o fortalecimento do Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono do Tocantins (Plano ABC – Tocantins). As ações são desenvolvidas com foco no Cerrado, principal bioma do Estado.

O Plano ABC Cerrado conta com linha de crédito própria e no inicio do mês representantes do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), assinaram acordo com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), no valor de US$ 10,6 milhões, para o projeto - desenvolvido em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Segundo o coordenador de Transferência Agropecuária da Seagro, Fernando Fernandes, o plano ABC Cerrado tem como objetivos difundir práticas agrícolas sustentáveis para a redução das emissões de gases de efeito estufa e as instituições que compõem o Grupo Gestor, coordenado pela Seagro, tem encontrado uma recepção positiva junto aos produtores no desenvolvimento dessas práticas.

“São mais de 22 instituições que compõem o Grupo Gestor do Plano ABC no Tocantins. O Ruraltins [Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins] desenvolve atividades de implantação de unidades demonstrativas para o produtor; a Embrapa conta com unidades de tecnologia para capacitação de técnicos e as universidades estão integrando essas discussões em sua grade curricular”, disse.

A economia de baixo carbono vai deixando de ser algo distante e inacessível para se tornar uma realidade. É o que destaca o analista de transferência de tecnologia da Embrapa, Cláudio Franca Barbosa. “Os produtores já estão sendo despertados para esses modelos de produção. Temos benefícios ambientais, econômicos e sociais, o agricultor tem uma diversidade maior de produtos, ficando menos sujeito às oscilações de mercado, e a utilização de mão de obra diversificada, gerando emprego e renda”, destacou.

Resultados

Como parte do plano de ação do Plano ABC Cerrado, 12 mil propriedades vão receber capacitação, sendo 1.200 nos estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Mato Grosso do Sul. Eles também terão assistência técnica, de acordo com os recursos disponíveis, e assumirão o compromisso de operar as tecnologias aprendidas, que servirão como objetos de estudo e vitrines tecnológicas.

No Tocantins, uma das capacitações aconteceu na última semana, no Centro Agrotecnológico de Palmas. Na ocasião, o produtor de leite do município de Lajeado Enoque Polastrini destacou o interesse em implementar a agricultura de baixo carbono em sua propriedade. “Vamos trabalhar com análise de solo na hora da reforma da pastagem, a integração da floresta, para diminuir a produção de gás carbônico”, ressaltou.

Já o produtor de flores integrada com silvicultura Marcino Pereira Lima foi um dos primeiros produtores do Estado a adotar o sistema de produção de baixo carbono e conta quais os benefícios alcançou. “Nós consorciamos as cultivares de flores com a silvicultura voltada para o bioma Cerrado, assim temos árvores para produção de sementes para recuperação do bioma Cerrado”, disse.

Nesse modelo, Lima, além de produzir flores, também produz sementes de árvores típicas do Cerrado que já foram destinadas a diversas instituições de ensino do Tocantins e de outros Estados. “Temos também a vantagem das linhas de créditos do programa de crédito rural direcionado a esse modelo de produção e que nos ajudam muito na produção”, apontou.

Fonte: Tocantins Econômico, 25 de agosto

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