Se a intensificação da pecuária elevasse, até 2022, a média nacional
de lotação de bois nos pastos de 1 para 1,3 cabeça por hectare - aumento
de 30% - , seria possível acomodar todo o rebanho bovino em uma área
menor. Isso liberaria cerca de 44 milhões de hectares para o avanço de
bioenergia, florestas plantadas e grãos, especialmente soja. Tudo isso
sem a necessidade de conversão de novas áreas de florestas nativas.
Dados como esse estão em estudo sobre a atual situação das pastagens
no Brasil, que será lançado nesta quinta-feira (11/12), durante o
workshop “Radiografia das Pastagens”, em Brasília. O objetivo do
trabalho é identificar onde estão as áreas de melhor e pior pasto no
Brasil, dimensionar a importância de um pasto produtivo na diminuição da
emissão de gases causadores do efeito estufa e na diminuição do
desmatamento, e orientar regionalmente as políticas públicas de
intensificação sustentável da pecuária nacional.
A pesquisa é fruto de parceria da Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) e Universidade Federal
de Goiás (UFG). Com o estudo, a SAE pretende colaborar na orientação de
políticas públicas, incluindo as voltadas para o crédito e extensão
rural afetas ao setor agropecuário. O primeiro passo é esse estudo
subsidiar as ações do Núcleo de Inteligência Territorial (NIT) no
Ministério da Agricultura (Mapa). O NIT será um orientador na formulação
de políticas agropecuárias.
Ainda de acordo com os dados levantados pela SAE, o Brasil é o quinto maior país do mundo em território, com 8,5 milhões de km2 de extensão e cerca de 25% da sua área – 2,2 milhões de km2
- ocupada por pastagens. A maior parte do rebanho brasileiro, de 212
milhões de cabeças, é criada em pasto, o chamado boi verde (estima-se
que somente 3% do rebanho são terminados em sistema intensivo).
Os resultados do estudo serão apresentados em duas partes: a primeira
vai explicitar os dados referentes ao estudo e a segunda parte enfocará
outras iniciativas e estudos existentes, abrindo espaço para as
colocações dos especialistas presentes, entre eles Susian Martins, do
Observatório ABC. O evento será realizado no auditório da SAE, 7° andar,
das 9h às 18h, com a participação de instituições de pesquisa, órgãos
governamentais, instituições de ensino, entidades de classe e demais
atores envolvidos com o tema.
Fonte: Observatório ABC, 10 de dezembro
Nenhum comentário:
Postar um comentário